quinta-feira, 25 de outubro de 2012

desepero.

Uma breve linha vermelha escorre-me na pele. A dor que não consigo gritar desespera no meu braço, agonizando-se em lágrimas que não se atrevem a cair. Porquê? Porque me cortaste com palavras, desfeitas em sombras de mim? Quem és tu afinal? E quem sou eu... Nada mais que um pedaço abandonado no chão frio de um mundo que ninguém reconhece... 

Caem em mim os olhares desaprovadores, o murmurar de um segredo que ninguém entende. Mesmo assim falam, mesmo assim atacam-me as palavras inquisidoras, mesmo assim passei a ser mais uma, mesmo assim levantar é cada vez mais difícil. Não... Não quero enfrentar o mundo, não quero enfrentar uma alma que seja. Não quero uma única voz que me oriente. Não quero mais exigências, mais esforços para os quais não estou preparada. Não viveram a minha história! 

Agora, deixem-me ficar nesta bolha indeterminadamente. Eu já não consigo chorar, o meu coração por momentos congelou e toda a silenciosa agonia que envolve a minha alma escorre-me pelos poros pois os meus olhos, esses, secaram. E, por favor, não falem de mim porque eu já não me suporto nas vossas bocas.


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