O título deste post é um verso de uma das minhas músicas de Igreja preferidas. Tem uma letra lindíssima que se aplica a todos e não só a quem acredita em Deus. Mas pronto, vamos ao que interessa.
Digamos que não sei o que me deu esta semana, se é do excesso de estudo, se é de andar a gostar muito de ir para o coro da missa, mas ando numa de fazer as pazes com tudo e todos.
A começar pela Madalena.
Assim muito resumidamente, eu e a Madalena éramos grandes amigas lá para o fim do 7º e início do 8º ano... Até que eu comecei a desconfiar de umas coisas e a confrontei, pedindo por tudo que não me mentisse. Preferia que me magoasse com a verdade do que me esfaqueasse com uma mentira. Mentiu-me, nos olhos. E fui a última a saber. Depois, eu disse umas certas coisas que não caíram muito bem e o resultado foi ela ter sido a única a contar a sua versão e praticamente todos os meus amigos mais chegados (que também eram chegados a ela) me deixaram de falar. Basicamente ia ficando sem amigos. Odiei-a com todas as minhas forças. E esse ódio perdurou durante bastante tempo, pois ela namorava com o meu melhor amigo e ele afastou-se de mim. Depois, decidi ignorar esse sentimento e começar a enterrá-lo. Até ela magoar mesmo muito o Miguel. Já não conseguia ver o meu irmão de alma sempre mal. E, protectora como sou, levantei a terra toda que tinha usado para enterrar o ódio que sentia por ela. Entretanto, eles lá acabavam e começavam e acabavam outra vez.
Até estes últimos meses, as coisas de namoricos terem voltado, sempre com mais umas confusões, mas, desta vez, quando vi que ele queria mesmo ficar com ela, decidi que não valia a pena fazer mais guerra. E, no fundo, eu até tinha umas certas saudades tanto dela como de não ter mais "guerras". Não gosto nem nunca gostei da sensação de não querer olhar para a cara de alguém, não querer falar, desviar o olhar e ter este ressentimento dentro de mim. Comecei a falar com ela, fomos retomando contacto e até já fui a casa dela! Quando lá apareci, deu-me um abraço. E eu percebi que o alívio que eu fui começando a sentir enquanto ia fazendo as pazes com ela, sem falar no assunto, era recíproco.
Hoje. Decidi mandar mensagem de boa sorte aos amigos e, neles, inclui a Matilde. Desejei-lhe boa sorte como o fizera há umas semanas por email (que era em relação a outro assunto completamente diferente). A Matilde era a minha melhor amiga, foi durante 5 anos o meu 'contrário inseparável'. Mas muito aconteceu, e ela muito mudou... E teve atitudes que mataram a nossa amizade. Fez-me desistir dela, o que é obra porque eu sou um osso duro de roer no que toca a desistir seja do que for... E assim ficámos praticamente um ano sem nos dirigirmos a palavra. Até hoje. Conversas triviais é certo, mas pode ser que ela perceba porque saudades já sei de várias maneiras, que ela tem.
Enfim, o que importa é que me sinto bem. Já não aguentava ter estes ressentimentos, andar com sentimentos negros e evitar quem um dia foi meu amigo... Perdoar. É um desafio, não é fácil, mas tira-nos um peso no coração que vai aumentando sem nós darmos por isso. E vamos sentindo-nos mais leves, à medida que damos pequenos passos de perdão. Por mais protectores que sejamos, as segundas oportunidades existem. Todos erramos. Muitas vezes conscientemente, até. Mas depois crescem, abrem os olhos e mudam. Não podemos erguer muros para sempre. Vamos sempre magoar-nos. Vão sempre magoar as pessoas que nos são queridas. É impossível proteger-nos e a eles disso. No fim de tudo, são lições de vida. Boas ou más, são sempre lições e aprendemos sempre algo.
E, após essas lições todas, conseguimos começar do zero e perdoar? Voltar a dirigir a palavra àquela pessoa que nos deu uma das maiores desilusões da nossa vida? O mundo tem coisas engraçadas, é muito pequeno e voltamos sempre a encontrar-nos. Há sempre novas portas. Há sempre novas oportunidades. Há sempre uma nova fé.
E vocês? Conseguem perdoar?
2 comentários:
perdoar eu consigo! esquecer é que não..
Há muitos tipos de perdao, mas sim perdoar consigo e como a branwyn diz, esquecer é que não.
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