quarta-feira, 12 de março de 2008

Lápis III

Este vai ser o meu último post de hoje, visto terem sido a segunda e a terceira qualidade do lápis que mais me marcaram.


A terceira qualidade do lápis é poder ser apagado.
Tudo o que escrevemos pode ser apagado.
Tal como praticamente todos os erros que cometemos podem ser corrigidos.
O carvão do lápis é como se ditasse a nossa história, uma história de vida.
E por vezes, o que é escrito ou desenhado com o lápis é feio, ou não faz sentido.
É aí que entra a borracha.

Por vezes a borracha pode simbolizar também o esquecer um sentimento, esquecer algo que nos faz sofrer, esquecer um remorso que tenhamos, qualquer coisa. Algo de que não queremos lembrar. Outras vezes é fazer algo para emendar os nossos próprios erros, para que mais tarde, não venhamos a ler a nossa história e vejamos riscos ou então simples frases sem sentido ou inacabadas.

A borracha apaga para o lápis fazer melhor, para continuar essa história com algum sentido, sem fazer desaparecer as personagens do enredo. É essa a conclusão.

No entanto, perguntaram hoje: " o que apagarias na tua vida? "

Levei uns bons minutos a encontrar uma resposta.
Tudo na minha vida me ensinou algo, portanto não pretendia apagar o que aprendi.
Mas há um sentimento que eu gostava de poder esquecer, algo que se estava a apoderar de mim mais do que eu podia suportar. Foi essa a única altura do dia em que pensei nisso.

E, não porque seja algo mau ou alguém que eu queira esquecer, apenas uma única frase fazia sentido para mim:

Queria apagar algo que está escrito a caneta.
Mas penso que se apagasse, apagava uma grande parte de mim...

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