segunda-feira, 28 de abril de 2008

Filho de ninguém

Coisa abrupta, pouco concreta
Mentalidade indiscretamente discreta
Filho de mãe
Filho de quem
Pensa nada e coisa nenhuma.

Concentração mútua inexistente
Vais para nunca, vais sempre
Atitude ainda indistinta
Passa a bola, faz uma finta.

Nasce do chão, cai do céu
Hoje tenho tudo, amanhã nada é meu
Garantias inseguras
Olhos que me querem cá ou que indicam a rua

Caminho invisível, talvez discreto
Todo um contrário a um tecto
Filho do mundo
Filho de ninguém

Hoje o meu sentido é surdo
Cego, é mudo
Não vou para aqui,
Nem para além.

[Margarida A.]

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