Sob o luar, quando o tempo beija a noite, sinto o teu perfume. Esse perfume que muitas vezes ficou impregnado nas minhas roupas, oferecendo à minha memória recordações das noites do Verão... Fecho os olhos, deito-me no banco velho de um jardim e, sob o céu estrelado, envolves-me nos teus braços. Rimo-nos como as estrelas e abraçamos as palavras, e isso faz-me bem à alma. Uma amizade de muitas cores em que deixamos o que nos incomoda para trás e limitamo-nos a deixar que o tempo voe e deixe as suas marcas, como pegadas na areia eternizadas pelo mar. Uma estrela cai e os nossos olhares fixam-se apenas nela e no céu decorado com pontinhos reluzentes. Dou-te a mão, sinto o teu toque e afasto-me do sonho para caminhar para a realidade. Abraçamo-nos e o teu calor provoca-me arrepios, ponho a mão na tua nuca como se para conduzir o teu olhar para o meu. Sorrimos. Abraçamo-nos outra vez e o teu cheiro passa a ser meu também, como o o sal que se impregna na nossa pele quando voltamos do mar. Despedimo-nos, cada um volta para casa com sentimentos diferentes mas uma coisa em comum: uma amizade diferente de muitas outras.
E esse teu cheiro está em mim e, quando estamos longe, ele aparece do nada e , sim, eu sinto-o e logo lembro-me de ti.
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