quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Coração de passarinho

Os dias vão passando cada vez mais rápido, e este sentimento de inquietação vai crescendo. Parece que não há saída, que em vez de me libertar, estou a enrolar-me nas teias do sábio e imprevisível tempo. Não estou a dar tudo o que sou, falta algo que vai para além de todas as minhas forças. Um esforço , tantas vezes em vão, de encontrar a peça que me falta. E por vezes penso que a encontro, caio na ilusão de que finalmente achei o que tanto procuro. Mas não passa disso, de uma miragem de um oásis na minha vida.
Falta-me algo. Tento perceber que vazio será esse, que não é o de uma busca falhada ou um coração destroçado. Não é esse vazio. É outro.

Não direi que me tenho arrastado, estaria a mentir. Encaro esta minha nova vida como sendo um pássaro que aprendeu a voar. E tem sido aliciante conhecer novos céus, novos horizontes. Poder finalmente tocar nas nuvens e nas estrelas. E nessa viagem de desafios ao desconhecido, por vezes sinto necessidade de voltar a casa. Ultimamente, tenho voado só por voar, sem interesse ou sem entusiasmo, pelo menos. E foi aí que descobri o que me fazia falta.
Um laço, tão profundo como o oceano, que criei. Que criei quando ainda estava a aprender o que é criar laços, sem transformá-los em correntes. Diria então que, provavelmente, este foi o laço mais bonito e perfeito que criei. Que criámos. E apesar de saber que esse laço ficará bonito sempre, sinto a necessidade de poder voltar a ele sempre que quiser. Mas a distância não está a permitir isso.
É na ausência de algo, que mais notamos a falta que isso nos faz e a influência que tem em nós. E há coisas , laços , influências , amizades que é impossível não querer sempre junto de nós, independentemente do lugar neste coração de passarinho.

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