domingo, 17 de maio de 2009

(im)previsível

Parece-me tudo tão (pre)destinado, tudo tão certo e definido. O meu caminho, com pegadas para eu as seguir, sem outras portas por onde passar e tão certo e sabido que os anos passam e nada muda, nada acontece. Como se uma força me obrigasse a admitir que o "para sempre" existe, e que o agora será o maior e inultrapassável tempo em que ponho as cartas em cima da mesa. E, as cartas, sabia-las de cor.
Seguir a corrente nunca foi da minha personalidade. Mas é o tempo que me leva aos mais longínquos cantos e becos sem saída onde a resposta é sempre a mesma. Tudo tão óbvio, tão claro. Uma luz que sabemos que existe mas que não nos ilumina nem nos satisfaz. Algo ofuscante que vemos mas que não nos chega, não nos toca. Se um dia implorei que tudo durasse para sempre e que nada mudasse, hoje contradigo-me e peço que o "sempre" dure apenas o que tiver que durar e que a vida dê mais voltas, mantendo o imprescindível sempre comigo e que, quando for em busca de novos horizontes e voltar, apenas o importante não tenha mudado.

É isso, é como se eu soubesse o que me espera no fim do arco-íris, o que vai para além do horizonte. Como se as respostas que tenho me chegassem, e de viagens bastassem-me as do pensamento. Como uma evolução que nada transforma pois já sabemos o que vai acontecer, para onde vamos e o que temos de fazer.

Quero o imprevisível, um bom imprevisto. Que me vire o mundo ao contrário, e me dê portas que eu possa abrir sem ter certezas do que possa esperar. Encontrar um achado, uma oportunidade de ser feliz.

À minha maneira.

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