sábado, 7 de novembro de 2009

Auto-descrição


Pediram-me para dizer quem sou.
Disse que me chamava Margarida. 'Não. Diz-me quem és, não o teu nome.' Aí respondi que era uma estudante. 'Eu não perguntei o que fazias, perguntei quem és'.
- Sou uma jovem de 16 anos.
'Também não perguntei a idade, minha querida...'. Já não estava a perceber o que queriam de mim, perdi a paciência e disse: NÃO SEI!

Mas quem me conhece, sabe que eu não ignoro este tipo de perguntas. Então apercebi-me de que queriam saber quem eu era, para além de todas as superficialidades. Sem perguntas de BI, por assim dizer. Afinal, só podemos conhecer verdadeiramente alguém se soubermos ouvir-lhe a alma. O resto só serve para estatística e estatuto. Contudo, a resposta é a mesma. Não sei. Teria de reflectir bem para saber o que realmente sou. Ridículo, parece. Mas a verdade é que com todos os arrufos da vida, toda a barafunda das horas, é raro pararmos e descobrirmos quem somos.

Eu? Eu sou uma romântica da vida. Bastante positiva, no que toca aos meus projectos. Acredito que posso contribuir para um Mundo Melhor e que tudo é concretizável se tiver fé. [E quando falo de fé, não estou a falar de Deus, mas sim dessa força do nosso interior que nos faz acreditar que sim, quando todos os outros dizem que não.] No entanto, os meus maus momentos conseguem deixar-me realmente fraca, principalmente se me sentir sozinha. Aí preciso de muita paciência e compreensão da parte dos meus amigos. Eles são o melhor de mim, a minha maior conquista. {Por isso às vezes, entristeço-me se não sinto ter a mesma importância para eles, que eles têm para mim.} Sinto que tenho de os proteger de alguma forma. Afinal, somos responsáveis pelo que cativamos. Valorizo muito as pessoas e estou sempre atenta aos pequenos pormenores. São as pequenas coisas da vida que mais valem pois todos as olham e nunca ninguém repara nelas ou as vê realmente. Aprendi isto com uma das melhores pessoas que já encontrei, que me ensinou bastante sobre a vida: L'essentiel est invisible pour les yeux. Daí não julgar as pessoas pela aparência, mas sim pelos seus actos; não pela idade, mas pelo que posso aprender com elas; não pelo que têm, mas pelo que valem. Acredito que as mais belas pessoas não são as mais bonitas, mas sim as que têm o coração mais doce. Que não têm qualquer vestígio de maldade no seu olhar e que se prontificam a ajudar qualquer pessoa que precise, amigo ou desconhecido. São essas que me inspiram.

Tenho tendência para a parvoíce e para me rir da mínima coisa. Não tenho problemas em fazer 'figuras' em público. Considero a sociedade o maior entrave à nossa verdadeira personalidade. No entanto, também acho que só nos preocupamos com o que as pessoas pensam de nós, na medida em que julgamos os outros. Mas isto não quer dizer que agora devamos fazer o que bem nos apetece. Há que haver um minímo de bom senso e perceber que o respeito pelas pessoas é muito bonitinho, e preza-se! Ouu seja, faz o que quiseres da tua vida desde que não incomodes ninguém.
As gulodices da minha vida são os gelados e as caipiroscas pretas. Não sou particularmente fã do Inverno porque, com o frio, o meu nariz fica mais vermelho que a cara, o que me faz parecer o Rudolfo do Pai Natal. Adoro o Verão e as suas noites amenas que me fazem sentir capaz de tudo. Mas o que eu mais gosto no Verão são as festas do meu Alentejo. Os melhores 4 dias. E eu sou daquelas que vai para o estrado dançar o pimba, cantar (mal) no karaoke, e fazer de princesa na animação do Palhaço! Não vivo sem música. Sou daquelas que liga uma canção a um certo momento da vida ou a alguém, e que anos mais tarde, quando ouve essa mesma canção, volta a sentir exactamente o mesmo que sentiu na altura. O meu ídolo é a Shakira, já desde os meus 5 anos. Para além de me identificar bastante com ela, admiro-a por não deixar a riqueza subir-lhe à cabeça. Para mim, um concerto só é perfeito se estivermos nas primeiras filas da plateia.

Os momentos que mais me preenchem são aqueles em que um total desconhecido se cruza no nosso caminho e que, com uma simples conversa, nos dá uma valiosa lição. Tenho uma necessidade enorme de me expressar. Seja a escrever, a tocar ou a dançar. Mas sinto que não dou tudo de mim, que consigo dar mais, mas que há algo que me prende. Raramente consigo ser totalmente eu, mas vou aprendendo a adaptar a minha maneira de ser à sociedade actual. I'm a freak, I guess.

E pronto, isto é um bocadinho de mim,
Margarida Almeida, muito prazer.

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