domingo, 11 de julho de 2010

uma pequena revolta

Eu sei de uma certa pessoa que me vai esganar por eu estar aqui a escrever coisas, em vez de estar a estudar 'grafia, mas eu prometo que é o último post do dia!

Nem era para escrever mais nada sinceramente, mas estive a ler coisas que me fizeram chegar a lágrima ao olho. Sobre uma pessoa, que não vou dizer o nome, e sobre a melhor amiga dessa pessoa, cujo nome também não vou mencionar. Fiquemos pelas letras, A e B respectivamente. Poucos sabem que eu sei da existência dessas pessoas, não tenho qualquer tipo de ligação com elas, mas pelo menos uma delas sabe da minha existência, sem no entanto saber nada de mim. Aposto que tira conclusões erradas, mas eu juro por tudo que não a censuro por isso. Acontece que quem sabe da minha existência é a pessoa B, que tem um sentido de amizade e protecção enorme pela pessoa A, o que seria de esperar. Mas vamos retroceder a uns bons meses, e observar todos os sinais. Embora seja muito distraída, sou também muito observadora e garanto-vos que consigo pegar em cada pedacinho deslocado e formar uma história, que raramente foge à realidade.

Comecei a ler coisas que se escreveram, a recordar coisas que foram ditas e a juntar datas exactas a tudo isso. Aposto que a pessoa A já sabe da minha existência porque as melhores amigas contam tudo umas às outras. E por muito que eu pudesse sentir-me incomodada com esse facto, incomoda-me mais não poder mostrar-lhes que nem tudo é como elas pensam. Sinto uma profunda admiração da pessoa A, da força que, pelo menos, pareceu ter, da cabeça que se ergueu e foi em frente, da maneira como encarou as coisas, de como lidou com a sua vida depois de ter dado a maior queda de sempre. Eu teria ficado na merda. Completamente na merda. Seria a pior facada, e isolar-me-ia de todos por simplesmente não aguentar olhar para ninguém. Deitar-me-ia às sete da tarde e acordaria atrasada para não ter tempo de pensar. E seria estúpida com toda a gente, tornar-me-ia uma pessoa revoltada. Abrir os olhos e perceber que aquela casinha (metaforicamente) que foi construída com tanto esforço, tanta paciência, com tantos momentos em que nos magoámos porque nos caíu uma pedra em cima mas permanecemos em silêncio porque achávamos que o resultado final valeria a pena... Abrir os olhos e perceber que a vida nos foi ingrata e que foi tudo em vão, e que essa casa para além de ter ficado completamente destruída ainda nos caíu em cima, ferindo-nos e deixando marcas irreversíveis...  Eu não aguentava, eu dava em louca se isso acontecesse comigo.

Daí admirá-la tanto, e não perceber tanta coisa. E pronto! Já estou a chorar. Odeio isto em mim: conseguir pôr-me na posição dos outros, de tal modo que consigo sentir a dor deles, imaginar demasiado bem todos os seus sentimentos e, por momentos, tornar-me neles, conseguir ir tão fundo que eu própria me sinto magoada. Estúpido, não é? Mas é verdade.

Depois sinto também a profunda desilusão da pessoa B, o nojo, o ódio, a raiva que a pessoa A simplesmente não consegue sentir porque está demasiado magoada para isso. Então a pessoa B chega-se à frente, protege a pessoa A com tudo o que tem, e odeia tanto ou mais que a pessoa A, a causa do sofrimento. Eu vi o olhar, e adivinhei todos os seus pensamentos pois eu já fui a pessoa B, e entendo-a perfeitamente. Não a censuro, e eu própria acho que faria pior...

Acrescento agora uma pessoa C, mas não é C de causa, porque dessa não vou falar. Vou apenas exprimir o ódio que sinto pela pessoa C pela falta de princípios e valores morais, que sabia de tudo, nada lhe foi escondido e mesmo assim cagou (não encontrei palavra melhor) para a existência de outros seres humanos que simplesmente não mereciam o sofrimento... Pela falta de consideração que teve, e que ainda houve quem tivesse por ela (não podemos ser todos uns filhos da puta não é verdade?!), pelo egoísmo e egocentrismo. E odeio ainda mais o facto de estar mais relacionada com a pessoa C através de primas de amigas e de amigos de amigos. Odeio a sua existência, não há uma única coisa que não odeie nessa pessoa. E eu não sou pessoa de ódios. Mas é imperdoável todos os danos conscientes que esta existência causou a várias pessoas, onde eu estou incluída.

Por mais que não tenha ligações com elas, eu estou com a pessoa A e a pessoa B, nem que seja por solidariedade. Concluindo, eu só espero que as pessoas cresçam.

Sem comentários: