domingo, 17 de outubro de 2010

Lie to me


E ele sabe. 
Sabe que o pior que me podem fazer é mentir-me. E mentiu-me. Sem qualquer necessidade disso. Nunca lhe dei razões para me esconder coisas. De toda a gente que está à minha volta, ele é dos que mais me magoa com estas atitudes. Pensava que já tínhamos passado essa fase, há muito tempo, mas pelos vistos não. Pelos vistos, estes três anos não valeram de nada pois voltou tudo ao início. Ao ano mais turbulento da nossa amizade, em que as discussões eram dia sim, dia não, e que primeiro que nos adaptássemos um ao outro foi preciso muitos berros e muitas "chapadas". Foi preciso explicar como é que se lida com as pessoas, pois ele andava a fazer tudo ao contrário. Sim, eu era exigente. Era demasiado exigente, e também afastei pessoas por causa disso. Até acordar para a vida e lutar por essas pessoas outra vez. Agora já não sou tanto, mas continuo a ser um bocadinho. Talvez por estar disposta a ser muito para poucos, também espero um mínimo de decência e dedicação da parte dessa pequena parcela de pessoas que eu conheço - que são os meus melhores amigos e afins. 

O meu melhor amigo mentiu-me. E a mentira nem tinha nada a ver comigo. Mas foi o acto de me mentir que me fez ficar completamente desiludida com ele. Isso, e tudo o que está por trás dessa mentira. Sempre lhe dei na cabeça para não se tornar num daqueles gajos que andam a brincar com as pessoas, para crescer e ser diferente dos otários que ele vê todos os dias. Porque é isso que os melhores amigos fazem. Não dão só palmadinhas nas costas, também dão chapadinhas na cara a ver se o olho abre. A menos que queiramos vê-los a desviarem-se completamente para depois arrependerem-se de tudo o que fizeram...

Enfim... É que desta é que não estava mesmo à espera. Bem me cheirava a esturro, mas como pensei que já tínhamos ultrapassado esta fase toda e que já não havia cá problemas de confiança, ignorei aquele pressentimento que me dizia que algo não batia certo. Como é que eu posso confiar nas pessoas se até o meu melhor amigo quebra essa confiança? 

E como ultimamente tenho andado com (muito!) menos paciência para atitudes deste género, a última mensagem que lhe mandei foi literalmente a mandá-lo para o c******. Fartei-me.

Já é altura de crescer Miguel, já tens 17 anos, não tens 14.

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