domingo, 13 de março de 2011

Promessa de Quaresma

Hoje comecei a cumprir a minha promessa: ir à missa todos os Domingos. Parece estúpido, visto que não é sacrifício nenhum andar 50 metros às 11h da manhã. Sim, tenho a Igreja mesmo à frente de casa. Mas nunca fui muito ligada a ela, nem sequer sou baptizada, apesar de ter andado na catequese e numa escola de freiras. Ter andado nas Salesianas foi das melhores coisas que já me aconteceram na vida, juro. 

Adiante, fui à Missa. Falei com a stora Celeste, que foi minha professora de EV nas Salesianas e vive mesmo ao pé de mim, e fui sabendo as (más notícias). Aquela escola deve estar com uma sina, só pode. Primeiro, morre o Kiko. Depois, já andam a contar os dias para uma menina que tem fibrose quística (para saberem o que é cliquem no nome da doença). É que com o Kiko ainda havia esperança, agora com a Susaninha... O que é que uma pessoa diz aos pais de uma menina que todos sabem que vai morrer, só não sabem é quando? Não dá para dizer "tenha calma, isso vai passar..." porque simplesmente não passa... 

Para piorar, a stora Marie, aquela minha grande amiga com quem perdi um bocado o contacto... está com problemas no coração. Mas dos graves, anda péssima, passa a vida em análises. Eu soube isto hoje. Há meses que não falo com ela, nem me deu os parabéns e agora percebo porquê... Se metade do meu mundo já estava no chão, por outros motivos, a outra metade está a desfalecer à minha frente.

De repente, algumas das pessoas mais importantes na minha vida estão a passar mal de saúde. Stora Marie e a Inês. Isto dá cabo de mim. Já sonhei que as perdia. Lembro-me perfeitamente de uma porcaria de um sonho que tive da stora Marie em que ela morria ligada às máquinas. Péssimo, péssimo. 

Continuando, fui à missa e, obviamente, fui para o coro. O que aquela Igreja tem de bom é que as músicas são das Salesianas e dos Salesianos, não são aquelas coisas medonhas que oiço nalgumas missas por aí que parece que só servem para deprimir. Para além de que, depois de andar com pesos gigantes no peito, precisava de cantar. Qualquer coisa, minimamente animada. E cantei uma das minhas músicas de Igreja preferidas, que tem uma parte da letra que eu simplesmente adoro: 

' Contudo faz-nos sentir
Que perdoar é esquecer a antiga guerra
E, partindo, recomeçar de novo
Como o sol que sempre beija a terra '

E como foi a música da bênção das cinzas, que também fui receber, cantámo-la três vezes porque estavam muitas pessoas na missa, ainda na fila, à espera de receber uma dedada cinzenta na testa. Soube-me bem aquela hora a cantar no coro. A única coisa chata é que, como é altura de Quaresma, as histórias são sempre as mesmas todos os anos. Em termos de homília, sinceramente, preferi a da missa das sete em Oeiras. Mas as músicas... Enfim.

Sim, quem diria, a Margarida que tanto refilava com Deus e a Igreja, este ano, decidiu descobrir como é que as coisas realmente são. Fizeram-me uma proposta. Estou a pensar seriamente. Mas só quando decidir é que vos conto.

Sem comentários: