sábado, 9 de abril de 2011

Chamam-lhe crise económica, eu chamava-lhe outra coisa

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes.

Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região.

Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.
As vendas foram aumentando e cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender à grande quantidade de fregueses.

O negócio prosperava...
Os seus cachorros-quentes eram os melhores!

Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho.
O miúdo cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país. Finalmente o filho, já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com ele:

- Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se o meu filho, que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão!

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada. Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo, até chegar a níveis insuportáveis. O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos…, faliu.

O pai, triste, disse ao filho:



- Estavas certo, filho, nós estamos no meio de uma grande crise.

E comentou com os amigos, orgulhoso:


- 'Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise …'



Vivemos num mundo contaminado de más noticias e, se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias influenciar-nos-ão ao ponto de nos roubar a prosperidade.

Obs.: O texto original foi publicado em 24 de Fevereiro de 1958 num anúncio da Quaker State Metals Co.
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