sábado, 4 de junho de 2011

Carta à Lua IV

Querida Lua,

Ando há três dias a ganhar coragem para contar aos meus pais a causa da minha felicidade. Porquê? Porque acho que não terão uma boa reacção e eu, de certa forma, entendo-os. Quando não se sabe a história por inteiro, é difícil perceber. E eu também não tenho jeito para contar histórias... Nem muita paciência para explicar pormenores que não quererão entender. Eles não acreditam que as pessoas mudem, espero que ao menos acreditem que as pessoas crescem. Foi o que nos aconteceu. Ainda estamos a moldar a nossa personalidade, a definir os nossos valores e princípios e sempre, sempre a aprender. 

E se há coisa que eu aprendi este ano, é que a confiança e a transparência são segredos para uma boa relação, seja ela qual for. Por isso quero contar-lhes, mas tenho medo. Medo de provocar uma discussão quando estou farta delas até aos cabelos. Só quero que fiquem felizes por mim e me desejem a maior sorte do mundo. Não lhes peço que me entendam as razões, mas que me apoiem no que eu acredito. E se eu estou feliz, isso devia ser a única coisa que interessa. Tudo o que passámos de mal, todo o tempo em que fugimos um do outro, os nossos arrufos, os nossos dramas de telenovela, só nos fez foi bem! Fortaleceu-nos enquanto indivíduos e agora fortaleceu a nossa relação.

Eu já sou uma menina crescidinha e já provei mais que muitas vezes que tenho cabeça, não sou assim tão cega nem assim tão fácil. 

Dá-me coragem, 
Querida Lua

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