Há alturas na vida em que saímos um pouco de nós porque nos sentimos mal na nossa pele e, às vezes, essas saídas fazem ver-nos as coisas de outra perspectiva. E às vezes essas coisas até nos mostram uma luz ao fundo do túnel. Parece que a esperança está noutro lugar. Ou que pelo menos é uma luz que nos aquece quando estamos mais frios que nunca, com a alma e o coração congelado de um sentimento negro. Até que percebemos que a verdadeira luz nasce dentro de nós. Dentro da pessoa que realmente somos, e não da fuga a que nos sujeitámos.
Há quem passe a vida a fugir. Quem corra incessantemente atrás de fugas a si mesmo. Quem encontre uma luz ao fundo do túnel ou um oásis no meio do deserto e acredite que é esse o caminho. Há quem viva dependente da felicidade que os outros lhes possam trazer. Daquela estúpida ilusão de que a perfeição está ali à mão de semear. Uma vida cheia de flores e felicidade. Mas a verdade é que, no fundo, não existem túneis infinitos e os oásis geralmente são apenas fruto da nossa imaginação. Quando acendes a tua própria chama e te agarras ao que és verdadeiramente, percebes que a tua felicidade és tu que a constróis. E que por túneis todos passamos, por mais longos que sejam.
No fundo, apenas dentro de nós sabemos o caminho certo. Se estivermos constantemente em fuga, vamos sempre acabar em oásis inexistentes, morrendo de sede do que é verdadeiro. E esse ponto final, só uma pessoa o pode pôr. Tu.
2 comentários:
Não sei se aplica, mas este teu texto fez-me lembrar um poema que anda sempre comigo. Porque a viagem mais importante é dento de nós mesmos... (digo eu; e diz o poeta)
http://cavafis.compupress.gr/kave_17b.htm
E o Link é seguro :)
Obrigada :) vou ver!
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