Não considero falsa uma pessoa que mude ao evoluir. Considero falsa uma pessoa que finge ser quem não é. Ora, quando uma pessoa afirma que deixou de amar alguém pois a pessoa amada mudou muito é porque quem amou, amou por aquilo que a outra pessoa era e não por quem essa pessoa era. É difícil explicar isto, mas quem o sente, sei que me entende perfeitamente. Quando amamos alguém por quem ela é, não há nada que nos faça deixar de a amar. Pode, contudo, fazer com que deixemos de querer estar com ela. Mas amar... Oh, amar é algo que merece outro valor. O amor é uma ligação transcendente a tudo o que existe. E uma pessoa pode mudar, nada muda. Pode-se transformar, nada muda também. Apenas talvez, a nossa vontade de continuar com ela. Porquê? Porque uma coisa é saber que tudo o que queremos é estar com aquela pessoa, outra completamente diferente é condenar-nos à miséria e infelicidade por amarmos demais quem nos ama de menos.
Não vejo a mudança como algo negativo. Afinal, quando a lagarta se entrega à metamorfose acaba por se transformar numa linda borboleta. E o estado em que tudo muda, tudo acontece chama-se crisálida. Felizmente, a vida humana não é tão efémera como a de uma borboleta. Por isso, talvez passemos por várias crisálidas na nossa vida. E talvez também haja algo que nos marca mais do que qualquer crisálida consegue mudar. Tu és uma dessas marcas.
Sem comentários:
Enviar um comentário