sábado, 6 de fevereiro de 2010

conversas comigo mesma

Não sei mais saber esperar, nem sei mais saber o que esperar. Deixei as armas no chão, mas guardei a bandeirinha branca no bolso; dei meia volta e vim-me embora. Que se calem as palavras porque as palmas das mãos estão sujas; que fujam, o mais rapidamente que possam, esses seus prazeres de vida que ofuscam do que é real. Se não sabes apreciar o pequeno, jamais darás o devido valor ao grande. Apenas o darás ao fútil.

Ficar parado no tempo é obra de relógio sem pilhas, e mesmo esse acerta duas vezes em vinte e quatro... Se a dependência nunca foi boa para o desenvolvimento, por que dependes então das pessoas? Essas mesmas pessoas que - tal como tu tens desvarios despropositados e sem nexo - também um dia decidem fugir do Mundo, sem olhar para trás. Quem ama, cuida. Palavra-chave? Querer. Termo de mil e um desejos, dos quais achas não fazer parte. Deixas-te, assim, ao sabor do vento, na esperança que alguém repare em ti e não te passe por cima. Sabes que não te podes impôr às pessoas, nem tão pouco ignorá-las. Sabes que o altruísmo é pôr as necessidades dos outros à frente das tuas. Sabes até disfarçar a tua indignação com um sorriso ou gargalhada. Sabes que o tempo cura tudo, e que a paciência é uma virtude. 'Your time will come lad'. Mas não sabes uma coisa. Que isso já não resulta.

E agora? Levanta a cabeça e não te rias do que não achas piada; estarás a dar permissão para que te magoem ainda mais. Faz mais do que pensas fazer; haverá sempre alguém que te passe à frente e o faça. Segue um caminho por ser o teu caminho, e não apenas um caminho. E, acima de tudo, vira as costas quando achas que já não dá mais.

Porque um dia hão-de te querer.

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