terça-feira, 31 de agosto de 2010

Hora de explicar

Finalmente! Sei que ainda vai tremer, mas sinto-me com um bocadinho de mais força. Acho que já posso explicar um pouco do que passei este mês de Agosto para perceberem o meu estado de espírito miserável.

Primeiro começa com MERDA, com todas as letras grandes, possíveis e imaginárias. Merda daquelas que vocês sentem que o mundo à vossa volta e todos os sonhos que construíram desabaram mesmo em cima de vocês. Merda daquelas que dá realmente vontade de morrer, é uma regurgitação de mágoa, raiva e muito mais. Não vou especificar a situação, por muito que partilhe bastante da minha vida, há coisas que é melhor ficarem guardadas para mim...
Portanto, o primeiro dia foi para esclarecer essa merda. Claro que para isso, vi-me obrigada a mentir aos meus pais. Desta vez, os fins justificaram os meios. Teve de ser, para o bem da minha sanidade mental (sabia lá eu que as coisas iam agravar-se consideravelmente). Of course, que fui apanhada pelos papás e adeus telemóvel. Olá sermões, castigos e duas semanas inteirinhas com o meu pai. (Para quem não sabe, eu não tenho propriamente a melhor relação com o meu pai. E duas semanas, 24 sobre 24, sem contacto com o mundo exterior really means hell to me). E fartei-me de me enterrar, até ao pescoço. De mais merda. Com os meus pais. A toda a hora.

Para ajudar, a notícia de que a minha prima (que, se eu fosse baptizada, era minha madrinha) tinha de lutar contra um cancro da mama, que o meu tio teve um ataque cardíaco, a descoberta de um grande podre de familiares meus (tão podre, que fica no privado), entre outros, deitou-me muito abaixo. Já não sabia para onde me havia de virar, que má fase seria esta que parecia não ter fim, nada nem ninguém eram suficientes para me ajudar, para me fazer sentir melhor. Nem aproveitei nem tive vontade de aproveitar as festas do Pé-da-Serra que foram o melhor do meu Verão passado. It all seemed a black hole. Big black hole. Huge black hole.

E foi assim, até dia 29. A awful nightmare, a living hell.
Já não tinha forças, já desistira de tudo, já me deitara a perder, já nada valia a pena, e tudo estava errado. Estatelei-me de cara no chão cheio de areia daquela das obras, e fiquei-me por lá. Ia vendo as pessoas a passar, folhas e poeira a voar, a minha cara ia adoptando as formas das pedrinhas do chão. Fechei os olhos, e tentei adormecer. As minhas mão sentiam o asfalto quente e isso deu-me uma certa paz. Até que me fartei de estar deitada, levantei a cabeça e pus-me em pé.

And here I go again! :D

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando te conheci no workshop, mesmo que não tenha havido muito contacto e que não tenha dado para nos conhecermos mesmo bem, percebi pela tua maneira de estar que, ÉS FORTE. :)

E daqui a uns tempos todos esses problemas não vão passar de marcas de batalhas e recordações.

Espero que fiques melhor a partir de agora. :)

Beijinhos! @

Morce disse...

TOMA LÁ. É ISSO MESMO.
LET´S GO!