sexta-feira, 25 de novembro de 2011

corsi e ricorsi.


O tempo passa, as feridas saram e, embora fique uma cicatriz, ela torna-se discreta, quase passa por despercebida. São passos em frente. Outras vezes são passos para trás. Relembra-se o que se deve esquecer e deita-se a perder muito do esforço feito. E a persistência torna-se o mote de um amor que ele não sabia sentir. Ainda. O castelo de areia desfaz-se com as ondas do mar, dissipa-se com a raiva do vento e é abruptamente destruído por pessoas que não souberam desviar os seus passos. Mas teimosamente reconstruímos o castelo abalado. Está mais fraco, por isso criamos muralhas mais altas para proteger a nossa fragilidade. Dividimos o castelo ao meio para tornar mais fácil a sobrevivência. Mas não é mais fácil. Divididos somos mais pequenos, mais fracos, mais pobres. Somos mais que nos torna menos.

Juntos criamos mais fortes alicerces, juntos arquitectamos uma fortaleza. A nossa fortaleza. O nosso Zahir. A nossa loucura apaixonada. Mesmo quando damos passos para trás, voltamos a dar para a frente. Avançamos mais lentamente, mas avançamos. Corsi e ricorsi. Evoluímos. E deixamos uma pequena ponte para o mundo ansioso por ser descoberto. 

Passo a passo.

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