terça-feira, 17 de janeiro de 2012

conversas comigo mesma sobre pensamentos que voam.



hoje saiu-me um peso de cima e penso que definitivamente! direito, em princípio, estará feito e com nota bastante razoável tendo em conta aquilo que estudei... mas não era sobre isso que queria escrever. o que eu quero escrever é basicamente algo para mim mesma, é estúpido e pouco interessante para a maioria das pessoas. mas o principal deste intuito sempre foi escrever para mim mesma. então porque não escreves antes num diário?, perguntam vocês. para já, escrevo muito mais rápido no computador e à velocidade que eu penso em certas coisas, é bem melhor para mim não ceder à lentidão da escrita à mão de que usufruo. também podia escrever no word e guardar numa pasta, mas isso seria como estar a matutar no assunto. escrever para alguém ler é como falar e alguém ouvir. se eu falar sozinha, comigo mesma, não chegarei a grandes conclusões sobre seja o que for pois não estarei a fazer o mesmo esforço para que o ouvinte (neste caso eu) entenda. é estúpida esta teoria, mas eu sou assim. parva. trolha. quando falo com alguém, nem sempre é para que me oiçam e me dêem a sua opinião. falar com alguém implica que eu faça um esforço de reflexão maior e isso leva-me a encontrar algumas respostas. e sim, por vezes o outro alguém também faz as perguntas certas ou diz as coisas certas.

concluí sobre isso há bem pouco tempo e ainda ontem partilhei com a minha irmã de alma. nós temos um interior muito parecido, apesar de termos formas de viver a vida bastante diferentes. não que isso seja mau, é apenas diferente. o importante é que ela compreende-me, muito por ter uma forma de pensar e ver as coisas muito, mas muito mesmo, semelhante à minha. e talvez devido a uma conversa de duas horas ao telefone com ela eu tenha chegado a mil e uma conclusões sobre a minha vida. e isto faz-me perguntar porque é que não falo com ela mais vezes. talvez seja por falta de tempo. sim, temos sempre 5 minutos para um amigo, mas com ela as conversas são de horas e é assim que nós gostamos na nossa relação. não obstante que se for algo urgente não há falta de tempo que nos impeça!

anyway. comecei 2012 a crescer brutalmente, pelo bom e pelo mau. mas penso que até agora tem trazido coisas boas, principalmente para mim. não sou, geralmente, uma pessoa egoísta. mas sinto que agora me tenho tornado um pouco mais, talvez para minha própria protecção. tudo acontece por uma razão e eu precisei desse momento de egoísmo e egocentrismo para parar e ter alguma lucidez. precisei de ultrapassar a barreira do gostar mais dos outros para passar a gostar mais de mim. nunca fui à bola com a frase 'se eu não gostar de mim, quem gostará?'. acho que a palavra 'gostar' devia ser substituída pela palavra 'confiança'. se eu não tiver confiança em mim, nas minhas capacidades, na minha personalidade, será que vale alguma coisa? até podia gostar muito de mim e ao mínimo desafio quebrar. mas não, quem me conhece sabe que apesar de chorar facilmente, por dentro não quebro. sou como os meus ossos, 'elástica'. por isso até quebrar é preciso muito. mudei a minha atitude, talvez mais agressiva ou mais fria, não sei bem. talvez mais fria, é isso. sou uma lamechas do pior mas tive de aprender a controlar-me. mas não é mau, é bom até. 

decidi tomar esta atitude por mim, aprender a relativizar as coisas, a valorizar o que merece e, acima de tudo, a ser paciente e compreensiva. eu reparei no salto que ele deu a nível de maturidade. apesar de ele ter sido sempre mais maduro que eu a nível de conhecimentos e vontade de aprender e fazer-se à vida, eu sempre me considerei muito mais madura a nível emocional e de princípios. penso que puxámos um pelo o outro. por isso eu digo sempre que tudo acontece por um motivo. tudo o que eu passei apenas me tornou mais forte e mais consciente. e de certo modo, toda a carga bruta de uma relação que nunca foi saudável pelos mais variados motivos, fez-nos ganhar calo, lições de vida e muita força. por isso fizemos uma pausa. deixar acalmar tudo e apreender tudo o que aprendemos. é verdade que o tempo é o vento que leva a poeira da nossa vida. e é verdade que o tempo solidifica. e por esta altura só quero paz e descanso e saber ser mais e melhor, por mim e para mim. 

em vez de correr atrás das borboletas, cuidar do meu jardim para que elas venham até ele. ele sabe do que falo. shakespeare na sua sabedoria de vida. e é isso que tenho vindo a perceber, aos poucos e poucos. não se trata de saber conquistar, isso qualquer um é capaz de aprender. é saber preservar. é ter carácter. é sermos melhores por nós e para nós, sem nunca nos anularmos. sim, porque na língua do amor fala-se na primeira pessoa... do plural.

1 comentário:

Ines disse...

obrigada por estar aqui referida, obrigada por fazeres parte da minha vida. amo-te, irma de alma mesmo :)