sábado, 24 de março de 2012

há muito que precisava de desabafar.


Vi isto no Shiuuuu e de certa forma identifiquei-me. Tenho saudades de todos os sintomas de uma pessoa apaixonada. Não conseguir dormir por causa do entusiasmo, ter um sorriso enorme e involuntário, sentir-me desejada, ter aqueles jogos de sedução que provocam arrepios, sentir-me uma adolescente histérica aos pulos de alegria... Sentir-me cheia de vida, a transbordar de felicidade e emoção. 

Tenho, acima de tudo, saudades de sentir tudo isto com ele. Guardo semanas na minha memória em que andava assim, na lua, perdida de felicidade. Em que tudo era bom, perfeito, genial. Sozinha, ainda festejo o dia em que o conheci, pois foi o dia em que não sabia que a minha vida iria mudar. Para ele, não deve fazer qualquer diferença. Já não sei se dou graças a deus de o ter conhecido, ou se hei-de retirar as lições. 

Enfim, este tempo cinzento e o facto de ter de passar o dia inteiro em casa a fazer trabalhos está a atrofiar-me o sistema. Estive a ver fotografias do passado, com os meus amigos, em acampamentos, nas salesianas, em jantares, concertos e lembro-me das histórias. Tenho de as escrever pois não quero nunca que caiam no esquecimento. São elas que me mantêm viva e me dão esperança de voltar a viver histórias dignas de serem relembradas, fotografadas, filmadas. Por outro lado, vejo outras fotografias que nada me dizem, não me tocam, não me levam de volta ao momento. Como é que uma pessoa deixa de ser assim apagada? Algo aconteceu.

Enfim, isto deve ser do tempo. Tanto o cinzento como o que vou passar agarrada ao computador a fazer coisas que não me apetece, mas que tem de ser. A falta de contacto com outras pessoas atrofia-me. A falta que os meus verdadeiros amigos me fazem atrofia-me. A falta que ele me faz atrofia-me. Mas tenho que ser forte, e superar sozinha. Como sempre.

A verdade é que, para mim, já não é suficiente viver sem aquela intensidade emocional de uma pessoa apaixonada. Seja por ele, seja pela vida. Anything.

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