segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Tu não sabias...


Tu não sabias que eu sei quanto sabias 
Tu exibias o que em ti desconhecias 

Porém, tu vias, pressentias 
na magia das horas mais amargas 
o ponteiro dos segundos com que vias 
rodarem no sentido das palavras... 

 E no silêncio das horas se estendia 
um carinho sinuoso, entorpecente, 
um meigo sorriso que escorria 
num rio de ternura languescente. 

Tu não sabias... nem eu... nenhum de nós 
que a vida esconde os seus segredos 
nos silêncios da nossa própria voz 
e no código de amor dos nossos dedos. 

Fernando Peixoto