segunda-feira, 2 de setembro de 2013

último dia de trabalho malakas!


O último dia de trabalho foi o mais engraçado, não por ser o último, mas por ter sido um dia em que tudo e mais alguma coisa aconteceu. Para começar, eu e o Miguel combinamos trocar as placas identificativas um com o outro, uma pequena brincadeira. Depois, como era quarta-feira (o que significa setup de gala que é o mais fácil), acabámos o restaurante mesmo rápido e quando demos por nós, estava mais escuro do que habitual. Era uma tempestade que se estava a aproximar. Conseguimos vê-la lá ao fundo, no mar, a vir lentamente e a tornar-se cada vez mais negra. 

Foi ver toda a gente a sair da piscina, os russos a correrem literalmente (até parece que não têm tempestades bem piores) e o pessoal do restaurante todo à janela a pensar: “isto hoje vai ser uma catástrofe”. Começaram todos a correr de um lado para o outro, porque tínhamos de tirar tudo o que estava nas varandas dos restaurantes À La Carte e até mesmo pratos e copos que o Housekeeping deixava na rua, sabe-se lá porquê. Como estava a chover, o pessoal dos bares da praia e da piscina veio ajudar o restaurante pelo que até tivemos um intervalo maior. 

Nisto, o Miguel e o Iorgos começam a pôr pacotes de guardanapos dentro das camisas e os panos com que polimos talheres a fazer de cueca de sumo e começaram a brincar aos massivos lutadores de sumo. Foi qualquer coisa de muito parvo e engraçado. O jantar começou com imensas pessoas a entrarem logo às seis e meia (hora de abertura do restaurante). Algumas pessoas repararam no facto de eu ter um nome de rapaz, mas não disseram nada. Já ao Miguel até lhe perguntaram o que era aquilo, ahah. 



Do nada, os nossos supervisores vêm ter connosco e dizem-nos que vamos trabalhar um bocado no À La Carte e levam-nos até lá. Eu fiquei no Italiano, com a Dora, o Blez e a Anna (que adoro) e o Miguel ficou no Asiático com o Dimitris, o Ilias e a Margarita. Foi uma experiência curta mas que nos mostrou como se trabalha em restaurantes com este tipo de conceito que não se limita a servir bebidas, limpar pratos e fazer novo setup. Ainda tive a sorte de conseguir comer um Amaretto delicioso que os totós dos russos deitaram para o lixo. Comi também uns doces que sobraram e uma bebida preparada pela Anna, a supervisora do À La Carte Italiano. Foram miminhos muito bons de se receberem. 

Depois voltámos à realidade e fomos acabar os trabalhos que nos estavam destinados para aquela noite e fomos para a cantina comer gelado.

sábado, 31 de agosto de 2013

dos aniversários na Grécia.

Uma das coisas mais engraçadas que aprendi foi que, ao contrário de Portugal e outros países, quando alguém faz anos, essa pessoa oferece algo aos outros. Explicaram-me que isso é muito comum aqui na Grécia, bem como na Roménia e na Sérvia. Também descobri que a música que se canta a quem faz anos não tem nada a ver com o “happy birthday to you” nem variantes desta. Não tem absolutamente nada de semelhante. 

E é isto.

domingo, 25 de agosto de 2013

last days in nea moudania.

Dia 28 é o nosso último dia de trabalho. Porquê? Porque o nosso chefe percebeu que, dizendo que era dia 29, nesse dia já não trabalhávamos. O que é que isso nos custou? Três das quatro folgas a que temos direito durante o mês. Ou seja, vamos trabalhar 17 dias seguidos, desde a nossa última folga. 

Mesmo assim, aqui estamos nós a esfalfar-nos e ainda a querer aproveitar os últimos momentos em Nea Moudania, tanto com o staff como com a nossa família grega. Fomos experimentar o tão por aqui afamado Sueño, um bar de praia para onde o pessoal do hotel costuma sair. Ao início, como pessoa que não tem paciência para músicas da dança do copo, estava a achar um bocado seca porque o senhor DJ só passava música de caca e nós estávamos a consumir bebidas que custavam os olhos da cara. Mas depois começaram a chegar pessoas que conhecíamos e a música também começou a melhorar. 

No entanto, a parte mais gira da noite começou quando vimos o nosso chefe a chegar de t-shirt e calções e foi continuando quando descobrimos que o nosso supervisor, Liviu, tinha feito danças de salão e pusemo-nos os 3 a dançar. Tive pena de não ter bateria no telemóvel pois gostava de ter gravado o Miguel e o Liviu a dançarem juntos de mão dada ahah, foi algo imperdível e memorável. 

Só tivemos pena de não vir mais gente do restaurante à festa, mas pode ser que venham a outra festa: a nossa, de despedida.

sábado, 24 de agosto de 2013

petralona caves and our best day off.



A nossa 5ª folga ficou nas mãos do nosso amigo Kostas, filho da Maria. Já andávamos há 3 semanas a combinar a ida às grutas mais antigas da Grécia, as Grutas de Petralona e como ele se tinha oferecido para ir connosco, aceitámos imediatamente. Combinámos às 11h no Synavlia e lá fomos nós, finalmente sem termos de entrar em autocarros que passam de duas em duas horas ou levarmos com russos mal-educados. Na rádio passaram as músicas mais conhecidas em português: “Kuduro” e “Ai se eu te pego”, o que é sempre engraçado após semanas sem ouvirmos nada em português a não ser quando falamos um com o outro ou com os nossos pais. 

Chegámos às grutas e entrámos num pequeno comboio que me fazia lembrar os comboios em que andava em Cascais com os meus 6 anos, e este levou-nos do parque de estacionamento até às grutas, que ainda eram uma subida complicada de se fazer à torreira do sol. Quando lá chegámos, fomos à bilheteira comprar os bilhetes e, à conta de uma discussão parva entre um grego e o senhor da bilheteira, tive tempo para reparar que os estudantes da UE tinham entrada livre. E assim se pouparam 5€ (cada um), fora os bilhetes de autocarro e o táxi que pagaríamos se o Kostas não nos levasse lá! 




As grutas eram simplesmente espectaculares, com milhões de milhões de anos e diferentes camadas que representam as diferentes Eras, como a Idade do Gelo, por exemplo. Dentro da gruta, a temperatura eram uns sempre estáveis 17ºC, o que levou a que vários animais a escolhessem para a hibernação ou para sobreviverem na Era Glaciar, bem como humanos. 

A gruta era simplesmente enorme mas só era possível visitar cerca de um sétimo dela, talvez nem isso. É curioso imaginar como tudo isto era há milhões de anos atrás e como realmente os humanos e animais viviam nestas grutas. É engraçado pensar que estávamos a pisar o mesmo solo que os nossos antepassados e estranho imaginar como é que eles se orientavam no meio das estalactites e estalagmites, pedras e rochedos, a caçar os animais que hibernavam ou procuravam refúgio dentro da gruta, sem visibilidade quase nenhuma. 

Devido à humidade dentro da gruta e a uma queda um bocadinho-dolorosa-mas-não-tanto-quanto-isso, a máquina fotográfica do Miguel estragou-se. Não por completo pois conseguimos liga-la na mesma e tira fotografias, o problema é que o botão de ligar e desligar não funciona, pelo que temos de ir por outros meios. Foi o único mau momento do dia. 



Depois o Kostas decidiu levar-nos a almoçar a Dionisiou e fomos buscar a Katarina, irmã dele. No restaurante, estava lá o Yiannis e a Maria que, no fim, sem sabermos, nos pagaram o almoço, que era óptimo! No fim, fomos para Nea Flogita a um café na praia passar horas e horas a conversar com o Kostas e a Katarina sobre tudo e mais alguma coisa. Finalmente uma conversa que realmente adorei e achei interessante, principalmente porque tínhamos tempo para trocar ideias e falar mais a sério sobre determinados assuntos que não fossem meras banalidades. 

Ao fim da tarde, voltámos para Nea Moudania e fomos obviamente ao Synavlia.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

toroneos cruiseship.



Na nossa 4ª folga, quisemos experimentar uma excursão que a Jéssica (a rapariga que nos ajudou a conseguir este estágio) fez o ano passado com a Mouzednis Travel, a agência turística que trabalha com o nosso hotel e faz grandes descontos para o staff. Por 22,50€ cada um, fizemos o Toroneos Cruiseship. Claro que éramos os únicos não-russos nesta excursão, os russos aqui são uma praga (sem ofensa, mas são mais que as mães e não são as pessoas mais civilizadas do mundo). Passámos por vários hotéis para apanhar mais participantes desta excursão e lá fomos nós apanhar o barco. 

Passámos por sítios lindos, durante a viagem de autocarro, e a praia onde os barcos estavam atracados parecia ser simplesmente divinal. A água era límpida como nunca tinha visto e à volta da praia era só natureza, árvores com um verde lindo e pedras que não pareciam apenas calhaus. Realmente sentia harmonia naquele sítio. Harmonia essa que foi um bocado estragada pela pressa e estupidez dos nossos companheiros de cruzeiro. 



Mas lá fomos nós, em direcção a uma praia onde estivemos 1 hora, muito gira para fazer snorkeling, onde tirámos fotografias, nadámos e comemos o melhor gelado que já experimentámos na Grécia. Depois disso, voltámos para o barco onde nos ofereceram almoço (com o pior sumo de laranja que já provei em toda a minha vida, mesmo para contrastar ahah) e rumámos para Neos Marmaras, uma vila piscatória onde comprámos umas lembranças para a nossa família e uns postais lindos de morrer. 




Após 2 horas, voltámos para o barco em direcção à ilha tartaruga para, literalmente, saltar do barco para a água. Mais uma vez, fizemos um bocadinho de snorkeling e aí sim tivemos noção de que o sítio onde estávamos tinha uns 20 metros de profundidade e vimos imensos peixes e diferentes relevos ao fundo. 

Por fim, voltámos para o hotel, onde apanhámos o shuttle bus para casa.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

greek family

Há uns dias atrás, fomos ao Synavlia relaxar de um dia de trabalho muito chato e cansativo e aparece-nos o Yiannis com a encomenda que a minha mãe mandou há duas semanas atrás: broas de mel, uns biscoitos, as minhas bolachas preferidas do pingo doce, uma carta fofinha, gomas e a bandeira de Portugal! Oferecemos uns doces ao Yiannis e à Maria para provarem e a bandeira. Porquê? Porque, como acho que disse há uns tempos atrás, eles querem começar a pôr no bar as bandeiras das nacionalidades que por ali passam e claro que Portugal tinha de ser a pioneira! 

Logo a seguir, o Yiannis deu-nos uma gramática que tinha em casa de espanhol-grego, que tinha comprado por engano, achando que era grego-espanhol. Isto porque, de vez em quando, ele faz viagens de camião para entregar mercadoria até Espanha e queria aprender um pouco de espanhol, como já aprendeu francês. 

São estes miminhos que nos vão dando força para continuar.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013




Um dos colegas que mais gostei de conhecer foi o Iustin, um romeno que acabou o contrato duas semanas depois de o nosso começar. Tive imensa pena, mas fiquei feliz por ele pois não estava feliz a trabalhar neste restaurante, pelos mais variados motivos e com razão. Por isso, no último dia de trabalho dele fomos uns quantos à praia à noite, acender uma fogueira e ficar simplesmente a conversar e a rir. O Miguel, o Iustin e o Vlassis (um óptimo amigo também) até foram nadar no meio da escuridão total! 

Sinceramente, gostei imenso do ambiente porque aqui senti que eles não se preocupavam em fumar “socialmente”, apanhar grandes bebedeiras nem em gabar-se do que fazem e no que são bons. Ali simplesmente contavam-se histórias, tiravam-se fotografias, cantava-se, soltavam-se gargalhadas, brindava-se. É este o tipo de ambiente de que gosto e que quero trazer um pouco para Portugal. Um ambiente simples, humilde e genuíno. Sem vícios, simplesmente aproveitando os pequenos prazeres da vida. Sabe mesmo muito bem. 




A praia estava completamente às escuras e deserta e era possível fazer-se uma fogueira com ramos das árvores que lá estavam caídos. Sim, é rara a praia que não tenha árvores e simplesmente adoro isso! Também é rara a praia que seja invadida por uma multidão como as praias da linha de Cascais, pelo que me estou a desabituar completamente de ter labirintos de pessoas para conseguir arranjar um lugar para mim e há que salientar o facto de as praias aqui serem mais pequenas. 

Voltando ao assunto, aqui estou a aprender de uma forma muito mais profunda a valorizar as coisas simples e os pequenos bons momentos, a perceber o que é puro e genuíno e estou mesmo muito curiosa para saber como vai ser voltar para casa com todas estas lições.



terça-feira, 20 de agosto de 2013

virgem maria 2

No dia seguinte ao feriado nacional, decidimos que íamos mesmo tratar do que até agora não nos tinha sido possível. Fomos ao banco e ao que parece não somos os únicos a ter problemas em activar o nosso cartão, mas mesmo assim não foi resolvido. Felizmente, temos a alternativa de levantar dinheiro e fazer transferências presentemente, por isso a situação podia ser pior. 

À noite fomos ao Synavlia, para marcar o voo para Santorini e quando lá chegámos estavam a festejar o aniversário do nome Maria com amigos, aos quais nos juntámos para comemorar. Estivemos à conversa e a comer, ouvimos música grega, russa, ucraniana e portuguesa. Sim, portuguesa: Emanuel, Ágata, Quim Barreiros. Também ouvimos música brasileira como o “Hey, quem está aí, se tem mulher solteira, dá grito que eu quero ouvir”. Foi muito engraçado. É sempre giro quando ouvimos as nossas músicas em terras com poucos portugueses, mesmo que sejam pimba. Claro que me lembrei logo das festinhas do Pé-da-Serra às quais faltei, infelizmente. Adiante… 

Quando alguns começaram a ir embora, marcámos os nossos voos e, sabe-se lá porquê, até ficaram mais baratos! Como eu digo, tudo o que de mau acontece traz sempre algo bom. Poupámos 50€ no voo para Santorini e agora só falta marcar o hostel, que já está mais que escolhido – Caveland Hostel em Karterados. Depois, é tempo de planear Atenas!

virgem maria

Dia 15 de Agosto aqui é um dos 4 feriados mais importantes dos gregos. Como é que descobrimos isso? Quando precisámos com alguma urgência de tratar dos problemas do nosso cartão da conta grega ao banco e este estava fechado sem qualquer tipo de aviso. Também quando tentámos levantar dinheiro da nossa conta portuguesa no Millenium e foi impossível. E, por fim, quando voltámos a casa desapontados e eu me pus a ler o Guia de Bolso de Santorini, providenciado pelo hostel em que provavelmente iremos ficar, e lá estava uma nota sobre dias importantes na Grécia. 

Dia 15 de Agosto é o dia da Virgem Maria aqui. Ainda não sei bem porquê mas hei-de pesquisar, quando tiver tempo. O interessante aqui é que todas as Marias de cá festejam esse dia como o aniversário do nome. Eles realmente dão os parabéns a todas as Marias de cá! A nossa colega Maria trouxe doces para festejar, enchendo a pança, e até o Synavlia que nunca fecha, fechou porque, lá está, era o dia da Maria! 

Achei mesmo engraçado, não tivesse este dia estragado os planos que tínhamos de marcar a viagem para Santorini e de tratar dos problemas dos nossos cartões. Mas pronto, aqui fica a curiosidade.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

correio em nea moudania.

Eu já tinha reparado que não tinha caixa do correio mas achei que isso era por o meu alojamento ser um antigo hotel, mas como a minha mãe quer mandar umas coisas eu decidi pedir ao nosso amigo Yiannis a morada do bar dele para enviarem para aqui. A questão é que eles aqui não têm moradas tipo "Rua tal e tal, nº7 blabla". Vou, portanto, deixar aqui a "morada" explicada: 

"SYNAVLIA" - nome do bar, entre aspas, para se perceber bem para onde é para entregar a encomenda 
EMP. KENT. K.T.E.L. - isto quer dizer que é perto da estação de autocarros cuja empresa operadora é a KTEL... 
632 00 N. Moudania - vá lá, têm código postal 
Greece / HELLAS 

Perante esta explicação, não posso não citar a minha mãe: 

"Como é que eles se orientam? Os carteiros devem ser como os futebolistas cá, profissão de desgaste rápido. Trabalham 6 meses e ficam com o cérebro em papa. Pior que isso só um mapa do tesouro: dez passos para a direita a partir da primeira oliveira a poente. Cinco cambalhotas, pino e segunda toca do coelho." 

E pronto, é isto. Basicamente as moradas deles são pistas para chegar ao destino. Parece-me que só vou ver as minhas broas de mel quando acabar o estágio.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

do trabalho, parte 2.

Outro desses momentos foi quando me encantei com uma menina muito querida e com um sorriso encantador e que me cumprimentava sempre que vinha ao restaurante, ficasse na minha station ou não. Por algumas vezes, ela e a família jantavam na minha station e passado uns dias, sem estar nada à espera, recebo uma gorjeta de 5€ “for good service” e obviamente fiquei muito contente. 

Nos dias seguintes, foram para a station do Miguel e como nos tinha saído um brinquedo nos cereais que comprámos para a nossa casa, quando passaram pela minha para ir embora ofereci o brinquedo às crianças. Por fim, no último dia deles ficaram na minha station e quando fui perguntar se estava tudo bem, ficaram a falar um pouco comigo, a dizer que estavam tristes por ir embora, que eram da Bielorrússia, que também tinham gostado muito do serviço do Miguel – e eu disse-lhes que era o meu menino eheh –, desejaram-me felicidade e tudo o mais e eu decidi escrever outro recado no guardanapo. 

Porquê sempre um recado no guardanapo? Porque é onde posso escrever algo e dar uma recordação de bons momentos e palavras carinhosas às pessoas que tratam as pessoas que os servem com respeito e simpatia. Parecendo que não, são essas que ficam na nossa memória e que nos dão vontade de dar boas memórias também. Afinal, são as pessoas que fazem um sítio ser bom ou mau e os pequenos gestos podem valer muito mais do que pensamos. 

Adiante, escrevi no guardanapo o meu email e o do Miguel para o caso de eles algum dia irem a Portugal nos contactarem para lhes arranjarmos um sítio simpático para ficarem e a dizer que tinha adorado conhecê-los e às crianças, que eram uma família muito, muito querida. Acabei por emocioná-los e agradeceram-me imenso por tudo. Isso e deram-me 10€ de gorjeta também, coisa de que realmente já não estava à espera pois já tinha recebido 5€ deles. 

São estes momentos que me fazem não querer desistir e continuar a fazer por melhorar. Claro que as gorjetas também sabem bem porque, sendo raras neste restaurante nesta altura do ano, fazem-me sentir que estou realmente a fazer um bom serviço, mesmo não tendo a vantagem que alguns colegas meus têm de perceber e saber falar russo que lhes permite conversar com 90% dos clientes que geralmente não falam grande coisa de inglês. 

E pronto, em Julho lá consegui 27€ em gorjetas e o Miguel 26€ (o que é bastante bom, tendo em conta de que me foi dito que se conseguíssemos 15€ era uma sorte). Vamos ver como corre Agosto agora.

domingo, 11 de agosto de 2013

do trabalho.

Como diz Paulo Coelho no último livro que li dele, 

“Há dois tipos de trabalho. O primeiro é o trabalho feito apenas por obrigação e para ganhar o pão de cada dia. Neste caso, as pessoas limitam-se a vender o seu tempo, sem perceber que nunca poderão comprá-lo de volta. (…) E há o segundo tipo de trabalho. O trabalho que as pessoas também aceitam para ganhar o pão de cada dia, mas em que procuram preencher cada minuto com dedicação e amor aos outros.” 

Por isso, decidi experimentar esta coisa de trabalhar com dedicação e amor aos outros e, apesar de não o seguir todos os dias porque simplesmente há dias em que não tenho paciência para aturar certas situações com a maior das simpatias, em todos os momentos em que o apliquei recebi sempre algo bom em troca, mesmo que não fosse imediato. 

Um desses momentos foi quando durante uma semana inteira servi uma pequena família de ingleses – e por pequena entenda-se 6 pessoas, porque ultimamente eles têm vindo aos 10 e 11 – e ia metendo conversa com eles. Sempre íamos trocando umas palavras, muito queridos e simpáticos, até que um dia eles estavam a tirar fotografias no restaurante e eu ofereci-me para lhes tirar umas fotografias em grupo, para não faltar ninguém. Ficaram todos contentes e pediram para me tirar uma fotografia e, no fim do jantar, uma das senhoras ficou a falar comigo durante uns 10 minutos. 

Sabendo que já tinham ido a Portugal e que queriam lá voltar, escrevi-lhes uma pequena mensagem num guardanapo a agradecer toda a simpatia e carinho que eu própria tinha recebido deles e a dar o meu email para o caso de irem a Portugal nos encontrarmos. Assim que leram aquilo fartaram-se de me abraçar e dar beijinhos e ofereceram a sua casa para o caso de eu querer ir a Inglaterra. Uma oferta que foi quase um pedido eheh: please come! No dia seguinte, deram-me o email deles e já somos amigos no Facebook e tudo!

(continua)
"A única condição que exigira dos outros e de si mesmo fora a disponibilidade. E nessa disponibilidade encontrava a preciosa diferença que cada ser lhe inspirava." 

Lunário

sábado, 10 de agosto de 2013

staff random conversations.

M: David, let me see your new tattoo! 
D: It’s an old chair. 
M: What?! Why do you have na old chair in your arm?! 
D: Because I can.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

greek restaurant random conversations

M: The day nobody breaks a glass, it will be a miracle. 
K: The day nobody breaks a glass, I will walk around the restaurant naked, it’s a promise.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

regras para conduzir na Grécia

• Estar sempre 30 ou 40 km/h acima da velocidade legalmente permitida. 
• À noite, os máximos devem estar sempre imperativamente ligados. 
• Usar capacete quando se anda de mota é para fracos. 
• Os cintos são apenas material decorativo dos carros. 
• As passadeiras são arte urbana. 
• Nos cruzamentos avança primeiro quem tem coragem. Todos têm coragem. 
• Usar os quatro piscas quando apetece e por razão nenhuma. 
• Entrar em contramão nos cruzamentos é fixe!
• Um carro pode levar tantas pessoas quantas lá couberem.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Afytos


Na nossa 3ª folga, fomos a Afytos, uma aldeia/vila a uns 20 km de Nea Moudania. Como tem sido desde que chegámos à Grécia, eu e o Miguel fazemos amigos em todo o lado e Afytos não foi excepção. Ao passearmos por umas ruelas, um senhor chamado Nikola perguntou-nos se queríamos que nos tirasse uma fotografia aos dois e ofereceu-nos bebidas por conta da casa no seu restaurante, Tomato and Pepper.

Imediatamente aceitámos e rapidamente começámos a conversa inicial que temos com toda a gente, dizendo que somos de Portugal, que estamos cá a fazer um estágio, que estamos a trabalhar no Oceania Club… E aqui descobrimos que estávamos a falar com um antigo responsável pelo main bar do hotel, amigo do Mr. Timos (director do hotel). Acabámos por ficar lá a almoçar, a conversar com ele sobre o hotel, o trabalho, o que íamos fazer a seguir a terminar o estágio (viagem a Atenas e Santorini), ao que ele imediatamente nos disse que tinha o melhor amigo a viver em Santorini e que ia falar com ele para nos arranjar um alojamento simpático e barato. 



Para não variar, como toda a gente que temos conhecido, foi muito prestável e disse que devíamos ir a Afytos um dia à noite e que, por não termos autocarro, depois nos dava boleia para casa. Deu-nos o seu contacto para falarmos com ele para arranjar alojamento em Santorini e para qualquer outra coisa de que precisássemos. 


Depois de um almoço tão agradável, fomos passear um bocadinho para depois irmos à praia. Apesar de estar com algumas pessoas – já me desabituei da confusão das praias de Cascais – arranjámos um sítio bom para estender a toalha e fomos à água. As praias em Halkidiki são espectaculares porque de um lado temos árvores, verde por todo o lado e do outro temos o mar, límpido, cristalino e a uma temperatura óptima. O único problema é a areia ter muitas pedras mas isso também faz com que esta se solte melhor da nossa pele, na altura de ir para casa. 



Uma das coisas de que mais gosto nas praias aqui é a ausência de poluição, tanto na areia como na água. É realmente algo de que vou ter muitas saudades daqui e que me faz questionar o facto de termos tantas praias com bandeira azul em Portugal. É-me cada vez mais estranho pensar em como está o mar nas praias de Cascais, sempre com aquela espuma horrível, com algas e lixo por todo o lado. Ao contrário das praias de Cascais, mergulhar neste mar não me faz sentir suja, faz-me sentir parte da natureza. 



A única coisa de que não gostei nesta praia de Afytos foram os estúpidos dos peixes que vinham morder-nos as pernas sabe-se lá porquê. Depois de nos deliciarmos com um bom almoço, um bom passeio, umas lindas paisagens e uma óptima tarde de praia, fomos para casa, tomar banho e, para não variar, fomos para o Synavla.

Com um sorriso na cara :)